Afecto

A luz dos teus olhos,

Que estranha a sensação!?

Da ausência de ti.

Saí, fui procurar -te.

Já no meio da cidade

Ouvi o ronco do medo

Senti-me pequenino,

Abandonado…

A lágrima veio em meu auxílio

E aquietou a minha alma.

Liberto do medo e fascinado de ti,

Envolvi-me num véu de ternura e

Embarquei no ténue afecto

Que pairava na cidade.

Vi-o e senti-o nas mãos,

Nos corpos que se entrelaçavam,

Nas entranhas que concebiam amor,

Nos espelhos que retratavam afectos,

Nas lágrimas que delapidavam o medo,

Nos Laços de Afecto

que conduziam a um porto de abrigo,

Nos olhares e nos sorrisos que desabrochavam

Em mãos de vida.

___________________________________________________

Texto divulgado no panfleto da Exposição "Afectividades", em Abril de 2009

Quadro "Sensações" da autoria da pintora Alexandra Cunha