quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pedra


A menina cabeça de pedra andou desvairada a fazer iniciativas culturais. Assim, projectou a Arte Rupestre em Foz Côa, A Menina dos Fósforos, a Oportunidade ao Pombal, o 25 de Abril, o Dia do Maio, o Dia da Europa, o Dia da Autonomia dos Açores e o Centenário da República, fim da linha, só resta a peça de teatro: A Monarquia e a República.

Após a conclusão de todo o rodopio, a pedra começou a lascar, também não admira, com tanto chão duro que teve que calcorrear era mesmo para ruir. Foi ao médico, o senhor pedreiro, muito sério e diplomático, que lhe passou um banzé (raspanete), uma catrefada de medicamentos e uma dor terrível no bolso.

A cabecinha que era de pedra ficou em água com tanta interrogação: “vou ficar dependente da medicação?”, “será que vou recuperar totalmente?” e tantas outras dúvidas surgiram. No entanto, a cabecinha dura sabe, agora, pois sentiu na pele que não pode voltar atrás, que não pode deixar de tomar a medicação. Desta vez é para seguir à risca e para aprender, de uma vez por todas, a ter qualidade de vida.

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