domingo, 22 de agosto de 2010

A prisão do orgulho


Choro, metido na masmorra
do meu nome.
Dia após dia, levanto, sem descanso,
este muro à minha volta;
e à medida que se ergue no céu,
esconde-se em negra sombra
o meu ser verdadeiro.

Este belo muro
é o meu orgulho,
que eu retoco com cal e areia
para evitar a mais leve fenda.

E com este cuidado todo,
perco de vista
o meu ser verdadeiro.

Rabindranath Tagore, in "O Coração da Primavera"
Tradução de Manuel Simões

1 comentário:

Fátima Vargas disse...

Olá Graça!

Como estás?

Simplesmente lindo "A prisão do orgulho" acompanhado de uma bela canção! Lindo de verdade!

Bom Domingo!

Beijinho,

Fátima