imaginária

Nós, a Turma do 6º Ano, contámos o 25 de Abril aos alunos do pré-escolar e do primeiro ciclo, em 90 minutos, através da leitura dialogada e do comentário de imagens. Parece pouco, sim?

- Pois é! A nós, Turma, quando nos foi apresentado o desafio de mostrar o conto “Magriços e Barrigas”, de Álvaro Cunhal, também pensámos o mesmo e até outros agraves como que seca, coisinhas de bebés, a professora tem cá cada ideia…

E os ensaios? Aos poucos, foi-nos dito o seguinte: têm de falar devagar para se fazerem entender, têm de ajudar os mais pequenos a brilharem, a leitura têm de ser forçosamente expressiva, fala mais alto, olha para mim quando falares, sê simpático, vocês serão modelos para os pequeninos, transmite através da voz: alegria, tristeza, abundância, suspense e outros tantos sentimentos e emoções…

Nos ensaios estávamos sós com a professora, mas isto de sermos professores sem alunos não é nada. Por isso, apareceu no último ensaio uma menina pequenina, sabichona, respondona, que tanto nos fazia rir como nos desconcertava com as suas constantes e inquietantes perguntas e sempre diferentes. Se a menina fosse mesmo pequenina e não uma personagem criada pela nossa professora tínhamos-lhe passado um valente raspanete e ela teria ido aborrecer outros.

Porém, há experiências que valem por mil e aquela vozinha pequenina, que nos afligia, provocou em nós uma crescente desenvoltura e quando enfrentámos os nossos reais espectadores, as nossas vozes não tremeram, nem sentíamos medo das perguntas que pudessem surgir, estávamos ali de frente para eles e para a nossa professora que sorria em aprovação ao nosso trabalho.

Compreendemos, então, que ser professor ou professora não é tarefa fácil, ter de estar com o cérebro sempre a trabalhar cansa e, para além disso, ter de fazer os alunos acreditar que serão capazes é uma arte.

Turma do 6º A (Disciplina de HGP)