regresso

O aeroporto pode ser visto como um  ponto de encontro ou de desencontro, no regresso encontrei três almas penadas. Uma com destino à Horta, pesarosa porque deixara a terceira e outra de regresso a S. Miguel com um sorriso de orelha a orelha. Uma fez-me uma pergunta: vale a pena tanto sacrifício? Não, não vale. Mas que outra forma podemos encontrar para sustentar a independência ?

A seguir outra pergunta gostas de estar em S. Jorge? Não! Não fui aceite. E porquê? Porque sou diferente. As pessoas têm medo da diferença, de ver que as ideias preconcebidas que tinham, que no fundo são estereótipos da realidade, não têm qualquer fundamento. Então, agarram-se com unhas e dentes a ideias: como mulher bonita - mulher burra; veste bem anda à procura de homem; tem cabelo loiro é  loira; é gorda vai fazer com que eu engorde. Diz o que pensa, como sou covarde é melhor arrumar-me e não arranjar sarilhos. E assim  por diante e não param para ver, que ali naquele corpo, à sua frente, está uma pessoa: com todos os seus defeitos e virtudes.

Por fim a terceira alma, mais segura de si, está no Topo há quatro anos. Fez-me perguntas pessoais, das quais escapei à justa e não foi preciso reflectir.