segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

olhos



Olhos há, sonhadores, vagabundos,
que nos abrem longínquas perspectivas;
e olhos cujas pupilas pensativas
nos falam de outros céus e de outros mundos.

Olhos como o pensar, calmos, profundos,
em cujo fundo gris vagam, esquivas,
as ilusões, em bandos fugitivas
como alcíones livres, errabundos.

Outros há que embelezam o sofrer
e são filtros de sonho e esquecimento
aos que os seguirem para se perder,

olhos tão doces como o bem querido,
e que assim vagos luzem num momento
como astros de um Paraíso já perdido!

António Gómez Restrepo
(colombiano - 1869)

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