
Olhos há, sonhadores, vagabundos,
que nos abrem longínquas perspectivas;
e olhos cujas pupilas pensativas
nos falam de outros céus e de outros mundos.
Olhos como o pensar, calmos, profundos,
em cujo fundo gris vagam, esquivas,
as ilusões, em bandos fugitivas
como alcíones livres, errabundos.
Outros há que embelezam o sofrer
e são filtros de sonho e esquecimento
aos que os seguirem para se perder,
olhos tão doces como o bem querido,
e que assim vagos luzem num momento
como astros de um Paraíso já perdido!
António Gómez Restrepo
(colombiano - 1869)
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