segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Neptuno


Junto ao mar

Ouvi o mesmo urro,

Aquele que me percorria

O corpo febril.

Mergulhei os olhos em

Águas turvas.

Estava violento

O mar!

Neptuno comandava

As ondas, e

Incitava-as

A baterem na terra.

A terra encolhia-se

Sobre si mesma,

Sentia-se só, a

vaguear no nada.

_____________________________________________________

No dia 15 de Fevereiro de 1986, sábado entre as 12 e as 16 horas, aconteceu a maior tempestade o século XX, nos Açores, em que o vento atingiu velocidades de cerca de 250km/h. José Henrique Azevedo fez fotografias durante e após a tempestade. As ondas atingiram alturas entre 15 e 20 metros e a rebentação das ondas chegou a atingir os 60 metros.
Dois anos depois, querendo mostrar o acontecimento com mais facilidade aos iatistas, José Henrique passou duas das fotografias de diapositivo a papel. descobriu então que, no momento em que tinha tirado uma delas, se tinha formado, na rebentação da onda, uma figura humana (cabelos, olhos, nariz, boca e barba) dando-lhe o nome de "Nepuno da Horta"



2 comentários:

saudade no silêncio disse...

Oceano Nox

Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o vôo do pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,

Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente...

Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que idéia gravitais?

Mas na imensa extensão, onde se esconde
O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...

Antero de Quental, in "Sonetos"

Armando Lopes disse...

Neptuno, o Deus dos Mares, de um mar revolto que abraça as mais lindas ilhas do Mundo!

Muito Bonito.
Beij.