
Junto ao mar
Ouvi o mesmo urro,
Aquele que me percorria
O corpo febril.
Mergulhei os olhos em
Águas turvas.
Estava violento
O mar!
Neptuno comandava
As ondas, e
Incitava-as
A baterem na terra.
A terra encolhia-se
Sobre si mesma,
Sentia-se só, a
vaguear no nada.
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No dia 15 de Fevereiro de 1986, sábado entre as 12 e as 16 horas, aconteceu a maior tempestade o século XX, nos Açores, em que o vento atingiu velocidades de cerca de 250km/h. José Henrique Azevedo fez fotografias durante e após a tempestade. As ondas atingiram alturas entre 15 e 20 metros e a rebentação das ondas chegou a atingir os 60 metros.Dois anos depois, querendo mostrar o acontecimento com mais facilidade aos iatistas, José Henrique passou duas das fotografias de diapositivo a papel. descobriu então que, no momento em que tinha tirado uma delas, se tinha formado, na rebentação da onda, uma figura humana (cabelos, olhos, nariz, boca e barba) dando-lhe o nome de "Nepuno da Horta"

2 comentários:
Oceano Nox
Junto do mar, que erguia gravemente
A trágica voz rouca, enquanto o vento
Passava como o vôo do pensamento
Que busca e hesita, inquieto e intermitente,
Junto do mar sentei-me tristemente,
Olhando o céu pesado e nevoento,
E interroguei, cismando, esse lamento
Que saía das coisas, vagamente...
Que inquieto desejo vos tortura,
Seres elementares, força obscura?
Em volta de que idéia gravitais?
Mas na imensa extensão, onde se esconde
O Inconsciente imortal, só me responde
Um bramido, um queixume, e nada mais...
Antero de Quental, in "Sonetos"
Neptuno, o Deus dos Mares, de um mar revolto que abraça as mais lindas ilhas do Mundo!
Muito Bonito.
Beij.
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