A missão

Na vida há sempre encontros, ou deveria haver sempre. Os desencontros são provocados pelos sentimenos negativos e geram a falta de diálogo. Num dos encontros conheci uma amiga emancipada, daquelas que não precisam de estar penduradas no pescoço como uma campainha. Do diálogo ficou uma promessa: um mapa astral.

Passados meses, a minha vida itenerante ameaçava iniciar-se e, em finais de junho, recebo o mapa astral, interessante e que visava capacidades que admiro. Porém, com o dito veio à baila a minha missão na vida: ajudar os outros e deixá-los partir com amor. Triste vida. A minha missão, nesta miserável existência, estava ligada servir os outros, a levar um pontapé e a sorrir de cara alegre. E, tantas capacidades para nada, depois em troca recebia um presente envenenado.

E quem me ajudava?

Como ir buscar forças para recuperar?

Para ajudar os outros, significava também domar os meus demónios e, sobretudo, a impulsividade do carneiro. Resultado, decidi esquecer o mapa, a missão, etc.

Todavia, quando olho para a minha DT, lembro a voz da minha doce amiga: usa o teu poder para o bem.

A Turma está diferente, já sabe ser e estar, já cumprimenta os professores nos corredores, já se aplicam nas matérias leccionadas. Infantil até morrer, constato que durante estes doze anos, tenho-me entregado de corpo e alma à educação dos meus alunos e deixo-os ir com amor...

Afinal, a minha doce amiga tinha razão, sempre ensinámos alguma coisa às almas que cruzam a nossa vida.