Durante séculos a sopa era o único prato da maioria das mesas portuguesas. Havia uma vastíssima variedade de sopas, desde as águas de barrela, aos caldos e às sopas que faziam crescer barriga porque levavam carne de porco. Hoje em dia, a sopa é um mal necessário: as senhoras comem sopa, com um trejeito de boca, pois tudo vale para não ficarem com as carnes descaídas. Eu sou uma verdadeira amante de sopa, melhor dizendo são pouquíssimas as coisas que não gosto de comer. De facto, comer é um dos maiores prazeres da vida! Voltemos às sopas. Em criança odiava sopa. E na minha casa a sopa era o ritual de todas as ceias, eram horas de tormento. Com a minha mãe sempre a cuidar se via o fundo do meu prato. Mas a sopa não desaparecia, ficava fria e aos meus olhos de criança aflita, sobe o olhar vigilante da minha mãe, a sopa não só não voava como efervescia no meu prato. Como sempre gostei de partilhar, quando a minha mãe se ausentava, eu distribuía sopa fria pelos pratos dos meus irmãos. A seguir víamos todos juntos a Heidi na RTP- Açores. a preto e branco.
Actualmente, será escusado dizer que existe quase sempre sopa à minha mesa, mas já não há desenhos animados, os macaquinhos como nós chamávamos, como a Heidi.
2 comentários:
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade
Chuva
Mariza
Composição: Jorge Fernando
Sopa, era uma coisa que ainda "marchava"; ninguém se livrava duma pratada ao almoço e ao jantar.
Mas para ver televisão (em casa do m/padrinho), a preto e branco, pois! que há mais de meio século só havia lápis de cores.
Mas para irmos ver televisão, tínhamos o prato mais intragável que nos podiam dar.
Batatas guisadas com carne, tomate, cenoura e feijão verde.
Eram venenosas com certeza absoluta porque não íamos ver televisão (sinal de que não comíamos).
Ainda bem que não era na presente "era" em que temos feijão verde todo o ano.
Foi uma "doença" curada totalmente.
Uma boa semana.
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