
"A discriminação não vem dos fortes mas sim dos fracos em espírito que se escondem de medo nesse escudo." Cícero
E quantos fracos e fracas não encontrei na vida? Quantas vezes, a minha voz não foi motivo de riso e de comentários menos próprios; a minha simples origem (açoriana, de S. Miguel, com muito orgulho) já foi alvo de chacota, de imitação, de brincadeira ou de frases: “deixam açoriana falar ela já fala tão mal” ou “fala, Graça, para rirmos um bocadinho” e a pior de todas “casaste com um continental para vires para o continente”, como se eu precisasse de um passaporte para residir num país ao qual pertenço. E a que magoava mais “tu não és portuguesa”. E, por fim, a que marcou mais a minha vida profissional e que resultou no meu regresso aos Açores: " na última escola que leccionei no continente, Vieira do Minho, eu fui a única professora a quem não completaram o horário. Quem me conhece, sabe que não foi devido à minha incompetência, foi por eu ser estrangeira no meu país. E, ainda, havia os conquistadores que pensavam que nos Açores andávamos só cobertos por uma folha de parra a esconder as vergonhas e que, por isso por recebermos muito ar nas partes mais íntimas, seríamos mais propensas a aventuras amorosas ilícitas. E Outros, ainda, julgavam que os açorianos eram lentos, vagarosos, lerdos …até conhecerem um verdadeiro trovão, eu!
2 comentários:
Já tinha lido esta tua publicação no início desta semana, não deixei comentário porque estava com pressa para ir para as aulas e não estava inspirada.
(É verdade, costumo ler o teu blog na escola, mas não te preocupes, porque levo o meu computador para trabalhar na escola, com a net da escola, é claro, e vou dando um saltinho por aqui e por ali na net, não abro o teu blog nos computadores da escola.)
E é verdade, quem te conhece sabe perfeitamente que és um verdadeiro furacão, e é essa tua maneira de ser que faz de ti uma pessoa muito especial, muito amiga, muito carinhosa e meiga.
Hoje, aqui sentada no café - já que não tenho net em casa, tem de ser na escola ou no café - estava a ler o teu blog e a recordar-me do trovão que tu és e das gargalhadas fantásticas que tu tens que levantam o astral a qualquer um. Também me recordei que no sábado passado por esta hora, mais ou menos, estava a desfrutar da tua companhia e das tuas boas gargalhadas. Não te disse mais nada desde esse dia, mas a última imagem que tenho de ti ainda não me saiu do pensamento, foi muito bom para mim, para a susana e para ti aquele encontro, mas custou-me deixar-te lá sózinha outra vez. O comentário da susana foi: "A Graça parece um cãozinho abandobado." ficaste mesmo muito tristinha quando a gente se veio embora. Também me custou.
Se o tempo o permitir, vou a S. Jorge no primeiro fim-de-semana de Novembro. Vamos festejar o aniversário da susanita (que já deve de estar na Terceira a esta hora, quem me dera ter ido com ela, hihihi). Antes de ir eu telefono-te para saber se precisas de alguma coisa da Horta, que não haja por aí, OK?? A gente gostava que arranjasses um tempinho para ires à Calheta almoçar ou jantar connosco nesse fim-de-semana, a susana faz anos, vamos fazer festa, hehehehehehe, espetacular, oiééééééééééééé.
Realmente, as pessoas ainda vivem cheias de preconceitos, és açoreana também és portuguesa, e a do passaporte...... que xunga....
visto dessa forma eu ando a arranjar o passaporte para vir para os açores..... só maldade a das pessoas, que se metam na sua vida e deixem os outros em paz.... olha, que entrem pelo buraco dentro do sócrates, hihihihihihi, cambada de preconceituosos, eu conheço pessoas que também fazem esses comentários, e eu??? eu sempre admirei os açoreanos e os madeirence. Olha manda-os pastar erva do sócrates, hehehehehehe....
Não te chateio mais.
Um beijinho grande e bom fim-de-semana :-)
Olá Cristina,
Posso ter ficado triste, mas não como um cachorrinho abandonado, pois já me conheces e sabes que eu adoro estar só. Claro que sou como qualquer outro ser humano: primeiro não estava a contar com a vossa visita; segundo fiquei contente por voltar a ver-vos; terceiro foi uma visita tão curta, mesmo curtinha que não tive tempo de assimilar a vinda e a ida. Por último, vou ver se consigo estar presente no aniversário da Susana. No entanto, quer estando ou não presente quero participar das ofertas de aniversário que vós ides oferecer. Diz alguma coisa.
Graça
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